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Florianópolis,12/03/2025

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Paulo Corrêa de Luca

A ilusão da Escolha: Lula, Bolsonaro e a verdadeira mudança que o Brasil precisa


A ilusão da Escolha: Lula, Bolsonaro e a verdadeira mudança que o Brasil precisa

O debate sobre as eleições presidenciais no Brasil parece estar condenado a uma eterna repetição entre dois nomes: Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.  Se, por um lado, a possibilidade de reeleição de Lula em 2026 surge como uma continuidade do atual governo, por outro, o retorno de Bolsonaro – o que acredito ser improvável - ao poder representa o aprofundamento da radicalização. Mas será que o problema central do Brasil está somente em quem ocupa a presidência? Ou estamos ignorando a raiz dos verdadeiros entraves ao desenvolvimento do país?

Atualmente, uma minoria barulhenta nas redes sociais molda o debate público, alimentando o conflito entre bolsonaristas e lulistas. Esse ambiente de radicalização beneficia apenas os próprios protagonistas dessa disputa, que se retroalimentam do caos e das paixões que mobilizam suas bases. Enquanto isso, a imensa maioria da população, que lida diariamente com problemas concretos como alta do preço dos alimentos, saúde precária, violência e educação de baixa qualidade, segue alheia a essas discussões superficiais que pouco ou nada impactam na vida real.

O Brasil, no entanto, não se resolve apenas na presidência da república. A verdadeira chave do poder e do controle sobre o orçamento público atualmente está no Congresso Nacional, que diariamente tenta expandir ainda mais seu controle sobre o executivo. Deputados e senadores detêm o controle das emendas parlamentares, que consomem até 75% do orçamento dos ministérios, os deixando engessados para que possa se desenvolver qualquer política pública de fato.   Estas cifras milionárias negociam apoios nos redutos eleitorais dos parlamentares e moldam a governabilidade. Não importa se Lula ou Bolsonaro ocupam o Planalto, sem um Congresso comprometido com mudanças estruturais, qualquer presidente estará refém de negociações que perpetuam o sistema atual. A renovação política deve acontecer no parlamento, onde se definem as regras do jogo. Grande parte dos atuais “jogadores” ficam no banco, não tocam na bola e para serem vistos resta brigar com a torcida adversária.

Além disso, enquanto a discussão nacional se limita a nomes para a presidência, pouca atenção se dá à política local. Governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores são os agentes que realmente influenciam o dia a dia da população, seja na gestão dos serviços básicos, na segurança pública ou na infraestrutura urbana. A política municipal e estadual deveria ser acompanhada com mais rigor, pois é nela que reside a capacidade de transformação direta da realidade dos cidadãos.

Se a sociedade continuar a se prender na disputa entre Lula e Bolsonaro, esquerda ou direita, a transformação que realmente importa jamais acontecerá. O Brasil precisa de um eleitorado que compreenda a importância do Congresso e da política local, que cobre seus representantes e que exija reformas que serão sentidas por aqueles que ainda nem nasceram. O foco deve sair das figuras carismáticas e se voltar para a construção de um país mais justo e eficiente, onde as decisões políticas sejam pautadas pelo interesse coletivo e não pela conveniência eleitoral de líderes que se beneficiam da radicalização.

Enquanto continuarmos discutindo nomes e não estruturas, os que mais precisam seguirão sendo os mais prejudicados.



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