A primeira fase do Catarinense 2025 terminou, e a classificação dos oito primeiros, aqueles que disputarão as quartas de final, projetou os dois maiores clássicos de Santa Catarina logo na próxima semana. Avaí x Figueirense, na Ressacada, e Criciúma x Joinville, no Heriberto Hülse, decidirão em jogos únicos (empate leva aos pênaltis) metade dos semifinalistas deste estadual.

Mas qual análise é possível fazer dessas 11 rodadas iniciais, e o que levou a esses importantes confrontos? Brusque x Chapecoense e Santa Catarina x Marcílio Dias são os outros duelos. Do outro lado, Caravaggio e Hercílio Luz foram rebaixados, e Barra e Concórdia ficaram no “limbo”, não caíram, mas não atuam mais nesta edição do campeonato.

A grande sensação do estadual é o Santa Catarina, equipe que já passou por várias cidades do estado, mas, desde que retornou, em 2022, construiu uma sinergia com o povo de Rio do Sul que ajuda a explicar a grande campanha, com 19 pontos e a segunda colocação. Entrosamento é a palavra-chave da equipe treinada por Ademir Fesan, que usufrui da base dos últimos anos e joga com coragem e boas triangulações e inversões de jogo. Pode ir longe.

Já as decepções são duas, embora não sejam tão impactantes quanto a surpresa. O rebaixamento do Hercílio Luz foi vexatório, lanterna da competição. O clube como um todo perdeu o rumo após a saída do treinador Raul Cabral, ao fim de 2023, e decisões equivocadas murcharam uma base que deu frutos ao Hercílio em anos recentes. Mesmo assim, havia como fazer bem melhor.

O Barra também deixou a desejar. É claro, a polêmica do último jogo, contra o Caravaggio, quando Braulio Machado acabou o jogo logo após validar um gol que deixaria o Pescador classificado ao mata-mata. Ainda no gramado, o árbitro mudou de ideia de maneira confusa e manteve o empate, que reviveu o Joinville para a fase seguinte. Dito isso, muitos empates, poucos gols, aposta em um treinador inexperiente e adaptação ao belo novo estádio do clube fizeram parte dessa decepcionante campanha.

Sobre os principais clubes, que curiosamente se enfrentam em três confrontos, Avaí e Criciúma tiveram muitos jogos ruins, mas têm mais elenco e conseguiram caminhar tranquilamente para ficarem no G4, embora sem convencer (o Tigre começou bem e caiu, enquanto o Leão teve um bom momento apenas no meio da primeira fase). Brusque e Chapecoense fizeram o básico, sempre no “fio da navalha”, mas com vitórias importantes na reta final. Vão se enfrentar.

O Figueirense fica com gosto amargo, que vai depender do resultado do Clássico. A equipe mostrou que podia mais, mas a postura de Thiago Carvalho para o último jogo, contra o Marcílio, foi confusa, e oscilações fizeram com que o sexto lugar fosse decepcionante. O Joinville está no lucro, não montou um bom elenco, mas, com um pouco de organização em alguns jogos e o apoio do torcedor, teve uma vitória histórica na penúltima rodada por 4x3 contra o Santa Catarina e agora sonha com uma vaga na Série D de 2026.

E agora, quem é o favorito para você? Está muito difícil prever, em algum momento o Avaí foi o time a ser batido, mas não dá para saber muita coisa sobre o que vai acontecer contra o Figueirense. Quem vencer o Clássico sobe nessa lista. O Criciúma tropeçou, mas pode engrenar, especialmente se superar essa semana importante, com duelo pela Copa do Brasil e contra o Joinville. Se a Chapecoense passar do Brusque, cresce bastante, é uma equipe difícil de vencer no contexto do futebol catarinense. E, claro, o elogio ao Santa Catarina, que corre por fora.

Surpresa: Santa Catarina;

Decepções: Barra e Hercílio Luz;

Dentro do esperado: Avaí, Brusque, Caravaggio, Chapecoense, Concórdia, Criciúma, Figueirense, Joinville e Marcílio Dias.