Luiz Moraes
Eternamente conectados: Avaí e Figueirense frente a frente de novo
Personagens da dupla têm no duelo mata-mata uma chance de se firmar

O Clássico de Florianópolis válido pelas quartas de final do Catarinense 2025, que será em jogo único na Ressacada nesta quarta-feira (05), às 21h30, deve ter grande impacto nas decisões que serão tomadas pelas direções dos clubes na sequência da temporada, em especial para quem for eliminado.
Tanto Avaí quanto Figueirense oscilaram demais na temporada até aqui, mas o Leão tem uma dose maior de pressão, pois seu treinador já acumula sete meses de trabalho, possui um investimento muito maior no elenco, joga em casa e perdeu o duelo válido pela Primeira Fase. Enderson Moreira, comandante azurra, é experiente e sabe da pressão, embora tenha buscado fugir da palavra “favoritismo” quando questionado sobre um possível título do Avaí antes e até durante o estadual.
Embora de forma bagunçada, com a Federação Catarinense de Futebol (FCF) marcando o jogo inicialmente para o sábado (1º) de Carnaval e depois voltando atrás, e o horário tardio para muitos torcedores, a data do Clássico acaba sendo positiva. As equipes tiveram tempo para treinar, e os torcedores puderam curtir o feriado pensando na partida e provocando amigos que torcem para o rival, aumentando a expectativa para saber quem avança para enfrentar o Santa Catarina, fora de casa, provavelmente no sábado. Além disso, integrantes do departamento médico da dupla devem ser novidades nas relações, bem como algumas contratações da última semana da janela de transferências (de 24 a 28 de fevereiro).
Nesse quesito, é hora de destacar o Figueirense. Mesmo sem Thiago Heleno, que poderia ser o grande nome para mudar de nível a defesa e toda a equipe, há quatro contratações que ainda “não estrearam” pelo Furacão: Matheus Matias, Breno, Felipe Augusto e Wellington Nem, que jogou cerca de 30 minutos da última partida. Principalmente Felipe e Nem, atacantes, devem ser no mínimo opções interessantes de segundo tempo para o treinador Thiago Carvalho. Iury e principalmente Gabriel Santiago, autor do único gol da vitória alvinegra na Ressacada em janeiro, podem retornar de lesão e ser importantes.
A vantagem avaiana em relação a todo esse cenário é justamente a igualdade de condições, além do mando de campo, obviamente. Aliás, as duas torcidas já compraram um número expressivo de ingressos para o jogo que promete ser o maior público do estadual novamente. O Leão, com elenco mais encorpado e espaço para Enderson Moreira testar variações táticas e recuperar seus jogadores, é inegavelmente superior ao Furacão. Mesmo sem convencer, o time se provou sólido defensivamente em quase todos os jogos (exceção à derrota para o Criciúma, com time misto), e terá boas opções no banco. Não há desculpa para não jogar futebol de qualidade.
O Figueira vai com um pouco mais de ar de “azarão”, mas sua camisa e torcida não vão aceitar menos que a classificação. Foi elogiável a dedicação da equipe no Clássico de janeiro, quando Kayke deixou o Furacão com um a menos a menos de um minuto de jogo. Desde então, Thiago Carvalho apostou muitas vezes numa equipe ofensiva, mas o jogo de hoje pode exigir mais força de marcação e velocidade no contra-ataque. Hora do melhor ataque do Catarinense aproveitar eventuais bobeiras do adversário, não há espaço para errar.
E aí, quem é o favorito? E se for para os pênaltis? Vamos ficar de olho no efeito que a classificação pode ter na sequência do campeonato, uma vez que o vencedor do Clássico ganha força na briga pelo título.
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