Rússia continuará a atacar locais usados pelos militares da Ucrânia, diz Lavrov

Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Moscou já teria feito mais de 70 ataques neste domingo (27). Ataque de mísseis e drones na capital da Ucrânia deixa mortos
A Rússia continuará a atacar locais usados pelos militares ucranianos, afirmou o ministro das Relações Exteriores e principal diplomata russo, Sergey Lavrov, neste domingo (27).
Segundo o diplomata, o ataque mortal com míssil russo a um prédio residencial em Kiev, na semana passada, não teve um alvo "absolutamente civil".
"Continuaremos a atacar locais usados pelos militares da Ucrânia, por alguns mercenários de países estrangeiros e por instrutores que os europeus enviaram oficialmente para ajudar a atacar locais civis russos", disse Lavrov em entrevista ao programa "Face the Nation", da CBS.
O ataque, que matou pelo menos 12 pessoas, provocou uma rara repreensão do presidente russo, Vladimir Putin, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira nas redes sociais: "Vladimir, PARE".
Postagem do presidente dos EUA, Donald Trump, em sua rede social Truth Social, em 24 de abril de 2025.
Reprodução/ Truth Social
Ao mesmo tempo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (27) que seu principal comandante militar havia relatado que a Rússia já havia realizado quase 70 ataques, reiterando que a situação continua difícil na região.
"A situação na frente de batalha e a atividade real do exército russo provam que atualmente não há pressão suficiente do mundo sobre a Rússia para acabar com esta guerra ", escreveu ele.
Zelensky se encontrou com Trump em Roma, antes do funeral do Papa Francisco. Os dois líderes concordaram em se encontrar novamente no mesmo dia na próxima semana para novas conversas. O encontro ocorreu na Basílica de São Pedro, informou um porta-voz de Kiev.
Trump e Zelensky discutem há meses um acordo de paz na guerra entre Rússia e Ucrânia.
Ainda neste domingo, Lavrov também disse que a Rússia nunca recebeu uma oferta para ajudar a operar a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, e reiterou que o país estaria disposto a armazenar o material nuclear enriquecido do Irã se tanto os Estados Unidos quanto o Irã acreditassem que isso seria útil.
Sergey Lavrov, ministro de relações exteriores da Rússia.
REUTERS/Florion Goga/File Photo
Negociações ainda podem acontecer
No sábado (26), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ao enviado americano Steve Witkoff em Moscou que está disposto a negociar o fim do conflito na Ucrânia "sem pré-condições".
"Vladimir Putin reafirmou que a parte russa estava disposta a retomar o processo de negociação com a Ucrânia sem pré-condições", declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Krtemlin, de acordo com agências de imprensa russas.
Por meio do Truth Social, o presidente dos EUA disse que "não teve absolutamente nada a ver com essa guerra estúpida", além de ter fornecido mísseis Javelin à Ucrânia durante seu mandato. Trump afirma que está "apenas tentando limpar a bagunça que Obama e Biden deixaram".
Para o presidente dos EUA, o conflito é "a guerra de Joe Biden", classificada como "um fracasso desde o primeiro dia" que "nunca teria ocorrido" se ele ainda estivesse no poder. Trump também condenou os recentes ataques russos a áreas civis.
Segundo o presidente, talvez Putin "não quer terminar a guerra" na Ucrânia e que novas abordagens, como sanções bancárias ou secundárias, podem ser necessárias. "Está morrendo gente demais", finalizou.
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